Este mês 140 papagaios são devolvidos à floresta

Um total de 140 papagaios, vítimas de cativeiro ilegal e depois reabilitados, estão a ser devolvidos em Dezembro às florestas do Brasil, foi agora anunciado.

 

As aves foram recuperadas em cinco Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em Alagoas, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe, informou ontem em comunicado o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). São animais recebidos a partir de apreensões, resgates ou entregas voluntárias.

 

 

Segundo o analista ambiental Leo Caetano, as aves são estimuladas a voar nos viveiros para fortalecer a musculatura e formar grupos, até que estejam prontas para voltar ao seu habitat. “O papagaio-verdadeiro (papagaio-boiadeiro) e a curica (papagaio-do-mangue) estão entre as espécies mais procuradas pelos traficantes”, diz Caetano. Alguns dos animais recebidos pelo Cetas de Goiânia estavam há mais de uma década em cativeiro.

Agora estão a ser devolvidos ao Cerrado, área de ocorrência natural das espécies, em três áreas do Projeto Asas (Áreas de Soltura de Animais Silvestres), iniciado em 2008 no estado de Goiás, no Planalto Central brasileiro.

No dia 1 de Dezembro, 33 papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) e seis papagaios-do-mangue (Amazona amazonica) foram devolvidos à natureza na Fazenda Eloy Camargo, em Jaraguá.

Depois, a 15 de Dezembro, 32 papagaios-verdadeiros e três papagaios-do-mangue foram libertados na fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Hidrolândia. Neste local, que faz parte do projecto há dois anos, foram devolvidos à natureza este ano 447 animais, entre aves, répteis e mamíferos.

Está prevista para este mês a libertação de 49 papagaios-verdadeiros em Goiás. Outros 17, recebidos em centros de triagem da região nordeste, ainda precisam de concluir a reabilitação antes de voltarem à natureza.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.