Praia. Foto: Pexels/Pixabay

Monitorização e resgate de animais marinhos recebe apoios de um milhão de euros

Verbas atribuídas pelo Fundo Ambiental destinam-se às quatro unidades regionais da Rede Nacional de Arrojamentos, para o período 2023/2024.

Foram assinados os protocolos que formalizam os apoios do Fundo Ambiental à Rede Nacional de Arrojamentos, neste e no próximo ano, no valor total de um milhão de euros, anunciou em comunicado o Ministério do Ambiente e Ação Climática.

O dinheiro vai ser distribuído pelas quatro redes regionais de arrojamento em Portugal continental, que se dedicam à monitorização, análise e encaminhamento, quando se torna necessário, dos animais marinhos que encalham na costa sem conseguirem regressar ao mar.

“De modo a facilitar a operacionalização da Rede Nacional de Arrojamentos, maximizar a rapidez das respostas e a qualidade da informação recolhida, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) – que coordena esta estrutura a nível nacional – dividiu a zona costeira do continente em quatro regiões (Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve) e delegou em parceiros” a coordenação de cada unidade, explica o gabinete do ministro do Ambiente e Acção Climática, Duarte Cordeiro.

Foi assim que nasceram a Rede de Arrojamentos do Norte, a RALVT – Rede de Alojamentos de Lisboa e Vale do Tejo, a Arrojal – Rede Regional Alentejo e ainda a RAALG – Rede de Arrojamentos do Algarve.

Até hoje, segundo o Ministério do Ambiente, no âmbito da Rede Nacional de Arrojamentos foram documentadas mais de 1000 ocorrências deste tipo e recolheram-se mais de 13.000 amostras biológicas, “que permitem caracterizar as espécies mais comuns na costa portuguesa”. Foram também resgatados “inúmeros animais vivos”.

O Fundo Ambiental começou a apoiar a Rede Nacional de Arrojamentos em 2020, estimando-se que desde essa data até ao próximo ano, sejam atribuídos apoios no total de 1,9 milhões de euros.

A primeira rede de arrojamentos foi criada em 1979, como resultado de uma parceria entre o Museu do Mar (Cascais) e o Aquário Vasco da Gama (Lisboa). Em 1987, a autoridade nacional para a conservação da natureza e biodiversidade, actual ICNF, assumiu a sua coordenação, alargando o âmbito desta estrutura a todo o território. 

Segundo o Ministério do Ambiente, o Fundo Ambiental apoiou também com 405.000 euros para a produção de trabalho científico no âmbito da monitorização de cetáceos, em 2022 e já este ano. “Graças a este montante foi possível financiar o projeto ‘Coordinated Cetacean Assessment, Monitoring and Management Strategy in the Bay of Biscay and Iberian Coast sub- region’, a participação de Portugal na quarta campanha da iniciativa ‘Small Cetaceans in European Atlantic waters and the North Sea’ e o projecto de monitorização da população de boto, o mamífero marinho mais ameaçado na costa portuguesa.”

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.