borboleta pousada num ramo
Foto: Joana Bougard/Wilder

Peneda-Gerês e insectos entre as apostas do Fundo Ambiental de 154 milhões

O novo veículo financeiro para o Ambiente, designado Fundo Ambiental, disponibiliza 154 milhões de euros para 2017. Parte do financiamento irá para o Plano Piloto da Peneda-Gerês e para o aumento do conhecimento sobre os insectos do país.

 

Do total, 47 milhões de euros estão previstos para o apoio a novos projectos, segundo uma nota divulgada ontem pelo Ministério do Ambiente.

Cerca de 32 milhões de euros destinam-se a projectos definidos pelo Ministério, como o Plano Piloto da Peneda-Gerês, aprovado na sequência dos incêndios que atingiram o único Parque Nacional do país. Esta iniciativa, com um investimento previsto de 8,5 milhões de euros, prevê o restauro da Mata do Mezio (rearborização de cerca de 500 hectares de área florestal), da Mata do Ramiscal (reconstituição de habitats naturais), a concretização do Programa de Prevenção Estrutural e Conservação da Mata Nacional do Gerês e a conservação dos teixiais.

Além da Peneda-Gerês, o Ministério avançou à agência Lusa que o Fundo Ambiental vai apoiar a criação de listas vermelhas para alguns grupos de invertebrados entre 2017 e 2018, citou o jornal Público.

“O plano de mobilização do investimento em conservação da natureza e biodiversidade, promovido pelo ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) em Outubro de 2015 identifica no quadro de intervenções prioritárias até 2020 o projecto Lista Vermelha de Invertebrados e colmatação de insuficiências da Rede Natura 2000”, avança o Ministério, segundo a Lusa, citada por aquele jornal diário.

O Fundo Ambiental vem substituir o Fundo Português de Carbono, o Fundo de Intervenção Ambiental, o Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos e o Fundo para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Segundo o Ministério da Rua do Século, este veículo financeiro quer garantir “o cumprimento dos objectivos assumidos a nível internacional em matéria de desenvolvimento sustentável e alterações climáticas”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.