Universidade do Porto ganha 2,2 milhões de euros para nova Cátedra sobre biodiversidade

Este mês, a Universidade do Porto ganhou a Cátedra UNESCO Life on Land, destinada a promover a conservação da biodiversidade em seis países africanos. A cátedra terá uma dotação de 2,2 milhões de euros em quatro anos.

 

Os trabalhos arrancam já em Janeiro de 2018. Está previsto o desenvolvimento de uma rede colaborativa com instituições de ensino e investigação da África do Sul, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Namíbia e Zimbabué.

A cátedra Life on Land (Vida na Terra) quer “promover a ligação da ciência à sociedade nos países parceiros, através de iniciativas que permitam dar a conhecer a importância urgente de se preservar os respetivos biodiversidade e património natural, mobilizando o cidadão comum para a realização de ações práticas a este nível”, segundo um comunicado da Universidade do Porto.

A seleção da Universidade para o estabelecimento desta Cátedra UNESCO resulta de uma candidatura submetida pelo seu Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO), cujo coordenador científico, Nuno Ferrand de Almeida, será o regente da nova cátedra.

O reitor da Universidade, Sebastião Feyo de Azevedo, comentou que esta escolha é uma grande honra para a instituição mas também “uma enorme responsabilidade”. Nas suas palavras, este é um “projeto ambicioso, como potencial para ter um impacto significativo na ciência e nas comunidades locais dos países envolvidos”.

Segundo o comunicado da Universidade, a preservação do Ambiente no continente africano é de grande importância, tendo em conta a “crescente degradação dos ecossistemas em África, onde os desafios e problemas que restringem os esforços de conservação da biodiversidade são cada vez mais frequentes”.

A Universidade do Porto é a sétima instituição a conquistar uma Cátedra UNESCO, depois da Universidade Católica Portuguesa, Universidade de Évora, Universidade de Coimbra, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Algarve.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.