Flamingos. Foto: Marc Pascual/Pixabay
Flamingos. Foto: Marc Pascual/Pixabay

Viana do Castelo está a registar as suas espécies e a lista já tem 797 animais e plantas

Os cidadãos de Viana do Castelo já registaram 797 espécies de animais e de plantas graças à aplicação BioRegisto, criada em 2018 pelo município. Para ajudar as pessoas a saber identificar as espécies, a autarquia organiza seis workshops este ano.

Flamingos, rãs-verdes, sardões, lontras, texugos, raposas, tomates-do-mar, narcisos-bravos e as raras anémonas-dos-bosques são algumas das 797 espécies registadas para Viana do Castelo.

No total são 3215 observações submetidas por 220 utilizadores registados na aplicação BioRegisto, criada em 2018 pelo município para ser uma plataforma de ciência cidadã para registo da biodiversidade.

A aplicação permite a qualquer cidadão inserir registos fotográficos de espécies animais, vegetais, rastos e vestígios de qualquer localização.

“Os dados reportados no BioRegisto são utilizados tanto pelo Município de Viana do Castelo em ações de educação ambiental, por exemplo, como por grupos de investigação a nível nacional em trabalhos académicos”, explicou a autarquia em comunicado.

Até ao momento, fazem parte do grupo das espécies com mais indivíduos registados (com mais de 20 registos) a rã-verde, o sardão, a garça-branca-pequena, a garça-real, a cegonha-branca, o pato-real, a borboleta-cauda-de-andorinha e a borboleta malhadinha.

Esta plataforma visa a “divulgação do património biológico, contribuindo para a sua conservação através do conhecimento. Desde 2020, conta com uma aplicação móvel, facilitando e agilizando a participação de todos”.

Cumprindo os princípios de ciência cidadã, estabelecidos pela Associação Europeia de Ciência Cidadã, o BioRegisto está integrado na plataforma EU-Citizen.Science para partilha de conhecimentos, ferramentas, formação e recursos de ciência cidadã.

Desde 2022, o município tem vindo a realizar ciclos de workshops teórico-práticos orientados por especialistas para ajudar os utilizadores da plataforma BioRegisto e outros cidadãos interessados a identificar espécies em saídas de campo e a reconhecerem e registarem através de fotografia características úteis para a identificação dos seres vivos.

Este ano serão realizados seis workshops: “Flora invasora” (dia 23 de março, das 10h – 17h; formadora: Elizabete Marchante, Universidade de Coimbra); “Mamíferos” (dia 20 de abril, das 10h – 12h; formador: Vasco Flores Cruz); “Répteis” (dia 18 de maio, das 10h – 12h; formador: Vasco Flores Cruz); “Flora aquática, ripícola e halófita” (dia 6 de julho, das 10h -12h; formador: Jael Palhas, Universidade de Coimbra); “Líquenes” (dia 26 de outubro, das 10h – 12h; formadora: Joana Marques, Universidade do Porto); e “Cogumelos” (dia 9 de novembro, das 10h – 17h: formador: Rui Cardoso, Associação Aldeia).

“É objetivo do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental dar continuidade e promover este projeto, fomentando junto do público em geral e do público escolar o aumento do conhecimento sobre a biodiversidade do território.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.