Duas águias-de-bonelli libertadas este ano em Madrid estiveram em Portugal

Turón e Marne são duas águias-de-bonelli (Aquila fasciata) juvenis, libertadas este ano na Comunidade de Madrid no âmbito do projecto LIFE que quer recuperar esta espécie ameaçada em Espanha. Graças a emissores GPS sabe-se que estiveram em Portugal.

 

Estas são apenas duas das várias águias marcadas este ano e libertadas na Comunidade de Madrid. São animais que começaram a voar em Julho. Agora entraram na fase de dispersão juvenil. “A sua principal preocupação é selecionar áreas com alimento abundante onde vão aperfeiçoar as suas técnicas de caça. Dentro de alguns anos escolherão uma área onde se instalar para se reproduzir”, explicam os responsáveis do projecto LIFE Bonelli.

Turón fez uma grande viagem por Portugal. Acumulou centenas de quilómetros e agora está perto de Sevilha.

Marne chegou a Portugal pelo Tejo Internacional a 4 de Setembro. Depois de dois dias em terras lusas, regressou a Espanha e a 9 de Setembro estava de volta à Comunidade de Madrid.

A recuperação desta espécie passa pelo reforço das populações de Madrid, Navara e Alava e pela reintrodução na região de Mallorca.

Em Portugal, a águia-de-bonelli é uma espécie classificada Em Perigo de extinção pelo Livro Vermelho dos Vertebrados.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.