Que espécie é esta: gaiola-de-bruxa

O leitor Ivonilson Morais fotografou estes fungos no seu quintal em Parnamirim, Rio Grande do Norte, Brasil, a 31 de Março, e pediu ajuda para saber a espécie. A associação Ecofungos responde.

 

Trata-se da gaiola-de-bruxa (Clathrus ruber).

Espécie identificada e texto por:  Ecofungos – Associação Micológica.

Esta será, talvez, a Clathrus ruber, ou uma similar, uma vez que se trata de um exemplar de outro hemisfério, e poderá existir alguma variação genética.

Este cogumelo de aspecto alienígena alimenta-se de matéria vegetal em decomposição. É normal encontrá-lo nas hortas, sobretudo se o solo se encontrar coberto por palha ou casca de pinheiro.

Quando atinge a maturidade, o Clathrus ruber é uma espécie fácil de identificar devido ao seu aspecto característico de bola oca com uma superfície reticulada, mais ou menos vermelha, e com um cheiro nauseabundo.

Em contrapartida, quando este fungo é ainda muito jovem, tem o aspecto de um ovo mole, esbranquiçado, coberto por uma membrana fina e preso ao solo por cordões chamados rizomorfos. Depois, à medida que o cogumelo se expande, a membrana vai-se rompendo para revelar a rede, mas permanece na base da estrutura, envolvendo-a.

Se observarem mais de perto, verão que, na face interna da estrutura em rede existe uma massa pegajosa escura (a gleba), que contém os esporos. No caso do Clathrus ruber, esta gleba tem uma função engenhosa: o cheiro forte a carne podre atrai moscas e outros insectos, para ajudar a dispersar os esporos.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.