Que espécie é esta: lagarta da borboleta-branca-grande-da-couve

A leitora Inês Pinheiro Torres fotografou esta lagarta a 8 de Novembro no recreio de uma escola em Alfragide e quis saber qual a espécie a que pertence. Eduardo Marabuto responde.

“Encontramos uma lagarta na zona de recreio de uma escola – PaRK International School de Alfragide, localizada na Estrada de Alfragide, n94, no dia 8/11/2021 às 13.55. Pedimos, por favor, apoio urgente para perceber se se trata de uma espécie venenosa? Principalmente porque se trata de um recreio de crianças pequenas…”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma lagarta da borboleta-branca-grande-da-couve (Pieris brassicae).

Espécie identificada por: Eduardo Marabuto, entomólogo.

Esta borboleta “dispensa apresentações: a lagarta da couve por excelência que se alimenta de couves e espécies próximas e sofre por vezes explosões populacionais que podem causar problemas nas hortas. É gregária e às vezes encontramos às dezenas na página superior das couves”, explica Eduardo Marabuto.

“A vossa leitora não precisa de se preocupar. Mas deve evidentemente evitar que as crianças a comam. :)”.

Com as suas asas esbranquiçadas com pequenas pintinhas pretas, a borboleta-da-couve pode ver-se todo o ano. 

As lagartas desta espécie alimentam-se, tal como o nome indica, de couves e nabos, e por isso são mais fáceis de encontrar nas hortas. 

Mas quando adulta, esta borboleta pode ver-se em prados floridos, terrenos abertos e em jardins. 

Foto: Andreas Eichler/Wiki Commons

Está espalhada por todo o território português e por muitos países europeus, tal como no Norte de África e na Ásia.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.