Que espécie é esta: lagarta da borboleta esfinge-da-videira

A leitora Catarina Figueira fotografou esta lagarta em Mourão a 14 de Outubro e quis saber qual a espécie a que pertence. Eduardo Marabuto responde.

“Encontrei esta lagarta na parte de fora do caixote de lixo no meu quintal. O quintal só tem uma tira de terra murada, com uma laranjeira, uma videira, umas nespereiras e alguma vegetação espontânea. Vou mesmo precisar de a tirar dali porque está enroscada no saco do lixo. Devo mantê-la no quintal ou tirá-la para outro sítio?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de uma lagarta da borboleta esfinge-da-videira (Hippotion celerio).

Espécie identificada por: Eduardo Marabuto, entomólogo.

“A leitora pode manter a lagarta no quintal que não tem problema nenhum. Ela alimenta-se de folhas de videira mas na realidade não causam estragos nenhuns pelas baixas densidades populacionais em que geralmente se encontram”, explicou Eduardo Marabuto.

“Provavelmente até estaria apenas à procura de um local para completar a metamorfose pelo que se a leitora quiser um dia ter a possibilidade de ver uma espectacular borboleta, é tentar aumentar as chances de ela ficar por perto!”

O ano de 2021 “está a ser um bom ano para elas com várias observações um pouco por todo o país”, comentou Eduardo Marabuto.

Esta espécie (Hippotion celerio) pertence à Família Sphingidea.

As lagartas desta família são facilmente reconhecíveis por terem um espinho no final do abdómen.

Como o nome comum indica alimentam-se de folhas de videira, embora também gostem de algumas plantas silvestres como Epilobiumspp. ou Galium spp..

Borboleta em fase de adulto. Foto: Denis Barthel/WikiCommons

Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.