Que espécie é esta: ninho de andorinha-dáurica

O leitor José Mário Félix fotografou este ninho de ave em Valpaços a 26 de Junho e pediu para saber a espécie. Gonçalo Elias responde.

“Gostaria, se possível, que me ajudassem a esclarecer qual a espécie que poderá ser associada à realização deste ninho. O ninho encontra-se na cavidade de uma rocha granítica na localidade de Valpaços. Na mesma cavidade existente na rocha granítica havia mais outro ninho ainda intacto e um outro que devia também já ter sido ali edificado, pois notavam-se as marcas na rocha”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de um ninho de andorinha-dáurica (Cecropis daurica).

Espécie identificada por: Gonçalo Elias, responsável pelo portal Aves de Portugal.

Este ninho “identifica-se pelo túnel de acesso à câmara”, explicou o perito.

A andorinha-dáurica é parecida à andorinha-das-chaminés, com as penas da cauda compridas e pontiagudas. A diferença é que esta andorinha tem a parte de baixo ligeiramente mais escura e tem um tom pálido (e não preto-azulado) na parte lateral da cabeça. Além disso, na cauda não tem as pintas brancas da andorinha-das-chaminés.

Andorinha-dáurica. Foto: Agustín Povedano/WikiCommons

Os seus ninhos são feitos de lama, bastante fechados, construídos normalmente em pontes, ruínas, penhascos, zonas montanhosas e costas íngremes, de preferência em áreas com pouca presença humana. A incubação dura 13 a 16 dias e as aves abandonam o ninho aos 22 a 26 dias de idade.

Esta ave alimenta-se de insectos e mede entre 14 e 19 centímetros.

A melhor altura do ano para a observar é de Fevereiro a Setembro, mas pode ser vista ainda em Dezembro no Algarve.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.