Salamandra-de-pintas-amarelas

Que espécie é esta: salamandra-de-pintas-amarelas

O leitor Paulo Pereira da Silva encontrou este anfíbio a 19 de Dezembro no Porto e pediu ajuda para saber a espécie. Rui Rebelo responde.

“Venho solicitar a vossa ajuda na identificação de uma espécie do que me parece ser uma cobra em hibernação, conforme foto em anexo. Dado que estamos a falar de um quintal de casa particular, sita em Campanhã, Porto, agradeço também que me indiquem como proceder pois a mesma encontra-se numa zona de acesso à habitação e muito sujeita a contacto e curiosidade por parte de gatos”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de uma salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra). Esta espécie tem outros nomes comuns, como saramantiga, saramela e saramaganta. Ou salamandra-do-fogo.

Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Não é uma cobra, mas sim uma salamandra de pintas amarelas, Salamandra salamandra.

E esta espécie consegue viver em quintais e hortas, mesmo em zonas urbanas. Mesmo assim é incrível que este adulto (já com alguns bons anos) ainda possa ser encontrado na Campanhã.

Esta espécie é venenosa para quem a come (provoca vómitos intensos) e por isso os gatos deveriam ter algum cuidado. Fora isso é completamente inofensiva e nunca tenta morder. Mas depois de lhe tocar com as mãos, é importante lavá-las e não as levar entretanto aos olhos ou à boca.

Dito isto, acho que poderia apanhá-la à mão (ou com luvas, se sentir repulsa, se bem que o toque seja macio) e libertá-la perto de um muro velho numa zona verde – por exemplo no Parque Oriental, onde há muros assim. O mais longe possível de estradas e numa zona com vegetação e folhas mortas, que são esconderijos bons.

A salamandra-de-pintas-amarelas é uma espécie nocturna. 

É ovovivípara (as fêmeas parem larvas já desenvolvidas, ao contrário da grande maioria dos anfíbios, que põe ovos). As larvas em desenvolvimento nos oviductos das fêmeas (equivalente ao útero dos mamíferos) podem variar entre  pouco mais que 10 ou até 90! As fêmeas maiores podem parir muitas larvas.


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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

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