Lontra (lutra lutra) Foto: Erik Christensen/Wiki Commons

Crocodilo-do-Nilo avistado no Douro pode afinal ser uma lontra

As autoridades espanholas continuam em busca de um crocodilo-do-Nilo que teria sido observado nas margens do rio Douro, mas poderá ter sido um engano.

 

Os primeiros relatos da observação de um réptil considerado perigoso e que pode chegar aos seis metros surgiram na última sexta-feira, feitos por um grupo de jovens, indicava uma notícia publicada este domingo pelo jornal espanhol El Norte de Castilla.

No dia seguinte, terá sido observado “um animal de tamanho considerável que ziguezagueava na água”, tendo sido alertadas as autoridades, que fecharam o acesso àquele local.

 

Um crocodilo-do-Nilo fotografado na Etiópia. Foto: Gianfranco Gori/Wiki Commons

 

O alerta sobre a possível presença de um crocodilo-do-Nilo na região – que teria sido libertado de cativeiro – levou à realização de buscas nas margens do rio, que durante o dia de hoje ainda continuavam.

No entanto, de acordo com uma notícia publicada esta segunda-feira, o suposto crocodilo-do-Nilo pode ser afinal uma lontra, acredita um especialista ligado à associação de defesa de fauna selvagem Chelonia. Em declarações aos jornalistas, Fernando Gómez afirmou que até agora nada do que foi encontrado “corresponde a um réptil de grande tamanho”.

 

Lontra a nadar num rio. Foto: gailhampshire/Wiki Commons

 

Na opinião deste responsável, os restos de comida também encontrados no local são afinal “restos de peixes, deixados por uma lontra”. E no caso de dois buracos que foram identificados como ninhos do réptil, acredita que são afinal depressões deixadas pela passagem de pessoas.

Ainda assim, acrescentou o mesmo responsável, “tudo isso não significa que não esteja” um crocodilo nas margens do rio.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.