Fotos: Alba Villarroya

Delta Birding Festival: “Foi uma experiência inolvidável, sempre rodeada de natureza”

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Nos dias 24, 25 e 26 de setembro foi celebrada a 7ª edição do Delta Birding Festival, o maior festival de observação de aves do Mediterrâneo, no qual fui convidada para falar das aves dos Açores, do trabalho das associações de conservação em prol da avifauna e das particularidades do birdwatching na região.

O convite foi feito pela loja de natureza Oryx e pelo Conselho de Turismo Terres de l’Ebre, de Tarragona (Catalunha), que acharam interessante levar uma parte de Portugal ao festival. Foi um convite que aceitei com todo o gosto.

Foto: Delta Birding Festival

Para mim o festival começou no dia 23 quando cheguei a Tarragona com os ornitólogos Per Alström e José Luís Copete, e o responsável da loja Oryx, Francesc Kirchner. Foi com eles que viajei de carro de Barcelona até Tarragona: quase duas horas a falar de aves.

Assim que chegámos, deixei a mala e fui desfrutar da paisagem e de uma cerveja de arroz (no Delta do Ebro, local onde é celebrado o festival, o cultivo presente é o arroz, tornando as pastagens agrícolas em locais ideais para as aves associadas a zonas húmidas). Após o jantar com os outros convidados do festival, fui descansar. No dia a seguir iria precisar da maior energia possível para enfrentar o dia.

O dia seguinte começou com uma visita às zonas mais interessantes para a observação de aves. E foi espetacular! Dedicámos a manhã a prospectar diversos locais cheios de vida e até consegui fazer três estreias: o tagaz, o pato-de-rabo-alçado e a perdiz-do-mar.

Logo à tarde chegou a hora da minha palestra e, entre nervos e emoção, estivemos quase uma hora a falar dos Açores, das suas aves, do meu trabalho com avifauna na Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), da importância da conservação e até da observação de aves na ilha do Corvo!

Foto: Delta Birding Festival

O resto do programa da tarde no festival incluiu uma palestra sobre a gaivota-de-audouin e a exposição de fotografia do MontPhoto (Concurso Internacional de Fotografía de Naturaleza y Montaña), entre outros.

Os dias 25 e 26 foram incríveis desde o começo até o fim do dia: numerosas conferências, atividades, exposições, workshops… Além de tudo isto, uma grande parte do festival foi dedicada às lojas de material de observação, arte e livrarias.

Consegui assistir à palestra do Per Alström na qual falou da evolução dos passeriformes em 50 milhões de anos e da qual ninguém saiu indiferente.

Na tarde do sábado participei numa mesa-redonda com outras três cientistas na qual falámos do “Círculo da Ciência” e do papel da mulher neste mundo, muitas vezes governado por homens.

Foto: Delta Birding Festival

Aproveitei para comprar algumas guias de identificação que há tempo queria no espaço da Oryx, assisti à libertação por parte dos Agentes do Médio Ambiente de algumas aves que se encontravam em recuperação no centro de fauna, experimentei os telescópios da Swarovski e da Leica (que nunca poderei comprar), falei muito de aves, aprendi imenso e observei um grande número de espécies ao longo destes quatro dias.

Para mim foi uma experiência inolvidável, sempre rodeada de natureza, pois o local é espantoso. Olhes onde olhes está cheio de vida. Acho que o Delta do Ebro é uma paragem obrigatória para qualquer apaixonado pelas aves e pela natureza. O local não só conta com espécies próprias de zonas húmidas, em Tarragona há inumeros locais importantes para a observação de aves, como a Serra do Montsiá, onde se podem encontrar espécies mais típica de ambientes de montanha. E não me posso esquecer da importância em relação às aves marinhas que se podem observar no mar!

Foto: Delta Birding Festival

Recomendo que para o próximo ano visitem o Delta Birding Festival se tiverem disponibilidade. Não percam a oportunidade de visitar Tarragona para desfrutar das suas paisagens e natureza. Se são amantes da natureza, de certeza que irão desfrutar desse local tal como eu fiz.


Saiba mais.

Conheça melhor Alba Villarroya e o seu podcast sobre aves selvagens “A Viagem do Maçarico”.