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Bioblitz vai contar as espécies do Jardim Botânico do Porto

Neste sábado participe na contagem do maior número de espécies de animais e de plantas que encontrar no Jardim Botânico do Porto. Quinze biólogos vão ajudá-lo na 2ª edição deste BioBlitz.

 

A lista de espécies do Jardim Botânico do Porto tem 130 espécies, graças às 40 pessoas que participaram no Bioblitz de 2016, realizado a 2 de Julho. Dela fazem parte 56 briófitas (grupo do qual fazem parte os musgos), 24 insectos, 22 líquenes, 16 aves, cinco mamíferos, três anfíbios, três fungos e um réptil.

Este ano, o BioBlitz tem nova data, 16 de Setembro. É uma maratona da biodiversidade que decorre das 07h30 às 22h30 no Jardim Botânico do Porto – Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

Os cidadãos naturalistas têm apenas hora e meia para cada grupo de espécies: aves, pequenos mamíferos terrestres, répteis e anfíbios, invertebrados, plantas e fungos. Quinze investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO) e do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) vão ajudar a encontrar e a identificar as espécies.

“Com este segundo BioBlitz esperamos ampliar o conhecimento sobre as espécies que habitam neste fantástico espaço relativamente ao conseguido no ano anterior, nomeadamente através da identificação de novas espécies”, explicou à Wilder Maria João Fonseca, bióloga e Diretora de Comunicação do MHNC-UP. “Nesta segunda edição gostaríamos ainda de alcançar um maior número de participantes” para a inventariação das espécies.

Todos os dados recolhidos serão publicados na plataforma Biodiversity4all, uma base de dados nacional de registo da biodiversidade. “A reunião desta informação é bastante importante na ampliação do conhecimento associado à diversidade biológica, uma vez que os dados ficam disponíveis gratuitamente para utilização por qualquer cidadão, incluindo investigadores que os poderão integrar nos seus estudos”, acrescentou.

Segundo Maria João Fonseca, a “participação dos cidadãos é fundamental” no processo de construção do conhecimento científico. Além disso, o registo de espécies neste tipo de acções “é também uma oportunidade ímpar de contactar diretamente com investigadores e, em simultâneo, com a natureza”. “Há uma troca de conhecimentos e um trabalho de equipa que potencia resultados bastante interessantes.”

A participação é gratuita, sendo que a inscrição é feita no local.

Esta atividade insere-se na iniciativa “Noite Europeia dos Investigadores 2017 – Porto” que será celebrada no dia 29 de Setembro. Na edição deste ano, o MHNC-UP estará envolvido na coordenação das atividades subordinadas ao tema “Ciência no dia-a-dia” – Science in Everyday Life (SCILIFE)”, que terão lugar no Porto, no Edifício central do MHNC-UP, situado na Praça Gomes Teixeira.

A “Noite Europeia dos Investigadores” é um projeto financiado pela Comissão Europeia no âmbito das ações Marie Skłodowska Curie. Em Portugal, o consórcio organizador (SCILIFE) é coordenado pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência/Museus da Universidade de Lisboa (ULISBOA/MUHNAC) e dele fazem parte o MHNC-UP, a Escola de Ciências da Universidade do Minho, a Associação para a Inovação e Desenvolvimento da FCT (NOVA.ID. FCT), o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE- IUL) e a Câmara Municipal de Lisboa.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Este é o programa do BioBlitz no Jardim Botânico do Porto:

07h30-09h00: Aves

09h00-10h30: Micromamíferos

10h30-12h00: Répteis e anfíbios

12h00-13h30: Invertebrados

15h00-16h30: Micologia

16h30-18h00: Briófitas e líquenes

18h00-19h30: Plantas vasculares

20h30-22h00: Invertebrados

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.