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Foto: Helena Geraldes

Floresta autóctone e uso da água entre as prioridades para 2018

Apoiar a floresta autóctone em Portugal e envolver toda a população no uso eficiente da água são dois dos domínios, na área do ambiente, que deverão marcar o próximo ano de 2018, defendeu esta sexta-feira a Zero-Associação Sistema Terrestre Sustentável.

 

“Em 2018 deverão ser dados passos concretos que permitam salvaguardar os solos e fomentar uma floresta resiliente e multifunções”, afirma a Zero, num comunicado sobre as perspectivas para o próximo ano.

Reconhecendo que neste domínio será necessário um planeamento para ser executado a vários anos, a associação liderada por Francisco Ferreira acrescenta que é fundamental “envolver e capacitar as populações nas medidas de protecção contra incêndios e apoiá-las no fomento da floresta autóctone”.

Em destaque está também o Plano para o Uso Eficiente da Água, que deverá ser aplicado “de forma eficaz.” Medidas em cima da mesa: “Promover a reutilização segura de águas residuais tratadas”, o “aproveitamento de águas cinzentas e pluviais” e sensibilizar a sociedade em geral para o valor da água.

Definir o caminho para chegar à neutralidade carbónica, que Portugal deverá atingir em 2050, é outra das áreas importantes para o próximo ano, sublinha a Zero, que afirma que “o desafio é enorme e irá implicar o envolvimento de todos”. Em causa estão a eliminação da dependência de combustíveis fósseis, o fomento do uso de energias renováveis e um uso racional da energia, adianta.

Igualmente importante vai ser a aplicação do documento estratégico nacional sobre Economia Circular – recentemente aprovado – a par com o debate europeu sobre este tema, acrescenta a associação, que espera que 2018 “seja um ano de viragem, onde a forma como produzimos e consumimos passe a respeitar os limites do planeta e permita reduzir a nossa pegada ecológica”.

“É necessário que 2018 represente o início da concretização de medidas tendo em vista prevenir a ocorrência de situações como as verificadas em 2017”, nomeadamente os incêndios florestais e a situação de seca muito acentuada.

Os ambientalistas da Zero destacam ainda vários factos marcantes para o ambiente ocorridos durante este último ano, como a 29 de Julho, o dia do ano com melhor qualidade do ar no país, e o dia 15 de Outubro, quando ocorreu a maior área ardida em Portugal (190.090 hectares).

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.