Gralhas-pretas em cativeiro ilegal precisaram de um ano para recuperar

Duas gralhas-pretas (Corvus corone) que foram mantidas em cativeiro ilegal precisaram de cerca de um ano aos cuidados de veterinários especializados de Vila Real para recuperar. Finalmente foram devolvidas à natureza na semana passada.

 

As duas aves foram apreendidas pelo SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR) e deram entrada no Centro de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS) do Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real.

Durante a estadia no CRAS foi possível perceber que estas duas gralhas não estiveram muito tempo em cativeiro uma vez que mantinham o comportamento selvagem da espécie – não se aproximavam nem interagiam com o ser humano e conseguiam procurar comida”, explica a equipa do CRAS.

As aves foram devolvidas à natureza no Campus da UTAD a 10 de Setembro, um momento presenciado por cerca de 30 pessoas.

Mas antes, permaneceram no centro cerca de um ano. O processo final de recuperação destas duas gralhas passou por um período de musculação e treinos de voo num túnel reto”, acrescenta o centro.

Este centro aproveita para lembrar que “a captura de aves silvestres, não cinegéticas, para cativeiro ou consumo é uma prática ilegal” e que há uma campanha a decorrer, “Diga não aos passarinhos na gaiola e no prato”.

Saiba mais sobre a gralha-preta no portal Aves de Portugal.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.