UICN celebra o Dia Internacional do Tigre

A União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) celebra hoje, 29 de Julho, o Dia Internacional do Tigre, lembrando que 97% destes animais desapareceram durante o século XX. Hoje existem cerca de 3000 tigres.

 

Actualmente, as populações de tigre estão isoladas e sob várias ameaças, como o tráfico para medicina asiática, perda de habitat e perda de presas das quais se alimentam. 

“É inconcebível que esta criatura magnífica, que inspira tanta admiração, possa estar a ser empurrada para a beira da extinção”, disse Inger Andersen, directora-geral da UICN num testemunho divulgado deste Dia Internacional, criado numa cimeira em 2010 para responder à situação dramática dos tigres.

Enquanto predador de topo, o tigre tem um papel importante na manutenção dos ecossistemas. “O destino do tigre está intrinsecamente ligado ao destino das florestas e das pradarias onde vive e também ao destino das pessoas que dependem desses recursos para sobreviver”, acrescentou Andersen, no cargo desde Janeiro deste ano.

Desde 2014 que está em funcionamento o Programa Integrado de Conservação do Habitat do Tigre, uma parceria entre a UICN, o Governo alemão e o Banco de Desenvolvimento Alemão KfW. Os primeiros projectos serão lançados nos próximos dias. Estes vão dedicar-se à monitorização das populações de tigre e das suas presas e à manutenção de corredores ecológicos que liguem populações isoladas. Além disso, vão arrancar projectos de envolvimento das comunidades locais para garantir que as actividades de conservação são compatíveis com o desenvolvimento sustentável dessas populações.

“Sabemos o que é preciso para salvar as populações de tigres a longo prazo. É preciso conservar e restaurar habitats, monitorizar as populações e acabar com a caça ilegal”, disse Andersen. “Ao mesmo tempo, devem ser melhoradas as condições de vida das comunidades locais. Estas devem ter fontes alternativas de subsistência para reduzir a pressão nos recursos florestais.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.