Foto: Sam Rowley/ Wildlife Photographer of the Year

Briga de ratinhos no metro de Londres conquista prémio de fotografia

Foram precisas cinco noites no Metro de Londres para Sam Rowley conseguir esta fotografia. A imagem venceu o Wildlife Photographer of the Year LUMIX People´s Choice, foi hoje revelado.

 

É uma janela para o dia-a-dia da vida selvagem urbana. A fotografia de Sam Rowley, fotógrafo britânico, mostra a briga entre dois ratinhos numa estação de Metro de Londres, por migalhas que alguém deixou para trás.

Mas o confronto acabou depressa, quando um dos ratinhos fugiu, triunfante, com a sua migalha.

A imagem teve 28.000 votos do público e foi escolhida de entre uma lista de 25 fotografias nomeadas para este prémio, seleccionadas pelo Museu de História Natural de Londres.

No total, foram submetidas a concurso 48.000 imagens.

Sam Rowley visitou várias estações de Metro, durante a noite, durante cerca de uma semana, merecendo olhares curiosos dos passageiros que aguardavam pelas carruagens quando ficava deitado no chão à espera da imagem perfeita. Quando viu esta fotografia, soube logo que a sua paciência tinha dado frutos.

“Estou tão feliz por ter ganhado este prémio”, disse Sam Rowley, em comunicado enviado hoje à Wilder. “Tem sido o sonho de uma vida ter sucesso neste concurso, com uma fotografia captada num ambiente tão do quotidiano na minha cidade”, acrescentou. “Espero que mostre às pessoas os dramas inesperados vividos nos ambientes urbanos.”

Para o director do Museu de História Natural de Londres, Michael Dixon, a fotografia de Sam Rowley é um “fascinante vislumbre sobre como a vida selvagem funciona num ambiente dominado pelos humanos”. “O comportamento dos ratinhos é ditado pela nossa rotina diária, pelo transporte que usamos e pela comida que deitamos fora. A imagem lembra-nos que, apesar de passarmos ao lado dela todos os dias, os humanos estão interligados com a natureza, mesmo à sua porta de casa. Espero que esta fotografia inspire as pessoas a pensar e a valorizar mais esta relação.”

A imagem fará parte da exposição Wildlife Photographer of the Year, patente no Museu de História Natural de Londres até 31 de Maio de 2020.

Quatro fotografias com Menções Honrosas conquistaram o coração do público. Estas incluem a imagem, captada por Aaron Gekoski, de um orangotango a ser explorado para divertimento; a fotografia de Michel Zoghzhogi de um jaguar e da sua cria a capturar uma anaconda; a relação afectuosa entre um guarda da natureza e uma cria de rinoceronte negro, captada por Martin Buzora; e a fotografia de Francis De Andres de um curioso grupo de renas do Árctico.

 

Foto: Aaron Gekoski/ Wildlife Photographer of the Year

 

Foto: Michel Zoghzoghi/Wildlife Photographer of the Year

 

Foto: Martin Buzora/Wildlife Photographer of the Year

 

Foto: Francis De Andres/Wildlife Photographer of the Year

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Os prémios Wildlife Photographer of the Year começaram em 1965, numa iniciativa da revista BBC Wildlife Magazine, que na altura se chamava Animals. Nesse ano 500 fotografias foram a concurso. Desde então, o evento cresceu e, em 1984, o Museu de História Natural de Londres passou a estar envolvido no projecto. O grande objectivo é inspirar as pessoas para apreciarem e conservarem o mundo natural.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.