Foto: Nima Sarikhani, Wildlife Photographer of the Year

Wildlife Photographer of the Year: jovem urso-polar adormecido vence a escolha do público

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A fotografia de um jovem urso-polar adormecido num pedaço de gelo no arquipélago de Svalbard, do fotógrafo amador britânico Nima Sarikhani, conquistou o voto do público para a edição do Wildlife Photographer of the Year 2023, foi hoje revelado.

“Ice Bed” (“Cama de Gelo”) foi o resultado de três dias à procura de ursos polares no arquipélago de Svalbard, Noruega. Numa zona em que ainda tinha algum gelo no mar, “encontrámos um urso-polar jovem e outro macho mais velho e observámos os dois durante oito horas”, contou Nima Sarikhani. “Mesmo antes da meia-noite, o jovem macho subiu para um pequeno icebergue e, usando as suas fortes patas, foi esculpindo uma ‘cama’ para si.”

Foto: Nima Sarikhani, Wildlife Photographer of the Year

Esta fotografia foi a escolhida pelo público como a melhor foto de vida selvagem do ano de 2023, de entre uma lista de 25. Nesta edição votaram 75.000 pessoas um pouco por todo o mundo.

“A fotografia soberba de Nima permite-nos admirar a beleza e a fragilidade do nosso planeta”, comentou, em comunicado, Douglas Gurr, director do Museu de História Natural de Londres, entidade organizadora dos prémios Wildlife Photographer of the Year. “A sua imagem é um duro alerta para a ligação íntima entre um animal e o seu habitat e serve como uma representação visual dos impactos das alterações climáticas e da perda de habitat.”

Nima diz estar “muito honrado por ter vencido a escolha do público nesta edição do Wildlife Photographer of the Year, a mais prestigiada competição de fotografia de vida selvagem”. “Esta fotografia causou emoções fortes em muitos que a viram. Apesar de as alterações climáticas serem o maior desafio que enfrentamos, espero que esta fotografia também inspire esperança; ainda há tempo para resolver a confusão que causámos.”

O público distinguiu ainda quatro fotografias que mereceram menções honrosas: “The Happy Turtle”, de Tzahi Finkelstein; “Starling Murmuration”, de Daniel Dencescu; “Shared Parenting”, de Mark Boyd; e “Aurora Jellies”, de Audun Rikardsen.

Foto: Audun Rikardsen/Wildlife Photographer of the Year
Foto: Daniel Dencescu/Wildlife Photographer of the Year
Foto: Mark Boyd/Wildlife Photographer of the Year
Foto: Tzahi Finkelstein/Wildlife Photographer of the Year

Nesta 59ª edição dos prémios Wildlife Photographer of the Year estiveram em competição cerca de 50.000 imagens.

World of the snow leopard foi a fotografia que venceu a escolha do público na edição anterior.

Os prémios Wildlife Photographer of the Year começaram em 1965, numa iniciativa da revista BBC Wildlife Magazine, que na altura se chamava Animals. Nesse ano 500 fotografias foram a concurso. Desde então, o evento cresceu e, em 1984, o Museu de História Natural de Londres passou a estar envolvido no projecto. O grande objectivo é inspirar as pessoas para apreciarem e conservarem o mundo natural.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.