Foto: DR

Leitores: Joana Caseiro ajudou a proteger um lindo camaleão no Algarve

“Encontrei este lindo camaleão-comum em pleno passadiço de acesso à Meia Praia, em Lagos”, escreveu-nos a leitora Joana Caseiro, que sabe que esta é “uma espécie protegida que só se encontra no Algarve”.

 

“Após verificar que não se encontrava em stress ou ferido”, Joana colocou o camaleão “no meio da vegetação dunar, longe do passadiço” – caminho por onde passam muitos veraneantes quando se dirigem para a praia – de forma a que este “se pudesse camuflar à vontade e prosseguir a sua vidinha em segurança.”

Foto: DR

“Costumo fazer ‘trekking’ pelas serras de Portugal fora e tenho interesse em biologia, geologia, etc”, explicou também esta contabilista de 40 anos. “Sou curiosa e estou sempre atenta à nossa fauna, flora e outras curiosidades geográficas.”

Em Portugal, o camaleão-comum (Chamaeleo chamaeleon) está reduzido ao litoral algarvio, “sendo os limites da sua ocorrência Vila Real de Santo António, a leste, e Lagos, a oeste”, explica o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.

É mais frequente em zonas de pinhais costeiros, dunas com vegetação e pomares tradicionais (alfarrobeiras, figueiras, amendoeiras e outras), incluindo na zona de Tavira.

As principais ameaças a este pequeno réptil, pertencente à família de origem africana Chamaleonidae, estão relacionadas com a fragmentação e perda dos seus habitats, “devido à crescente urbanização e pressão turística”, e também à conversão dos pomares tradicionais para unidades de agricultura intensiva, como é o caso das explorações de citrinos.

Em 2021 teve início o projecto Camaleão, coordenado pela associação algarvia Vita Nativa, que vai continuar este ano e incluir a criação de um centro de sensibilização ambiental dedicado a esta espécie. O novo centro vai ficar na Quinta do Marim, sede do Parque Natural da Ria Formosa, em Olhão.

 


Agora é a sua vez.

Viu um camaleão? Envie essa informação para o projecto Camaleão, da associação Vita Nativa, aqui.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.