Luísa Ferreira Nunes lança agenda para 2023 dedicada à vida no campo

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Há já 17 anos que a ecóloga e naturalista Luísa Ferreira Nunes lança agendas ilustradas naturalistas. Para o próximo ano, o tema é “Viver no Campo”, a pedido dos seus leitores habituais.

WILDER: Porque escolheu este tema para 2023?

Luísa Ferreira Nunes: O tema para 2023 é “Viver no Campo” e esta escolha, bem diferente dos temas dos 17 anos anteriores de agenda ilustrada, deveu-se ao pedido dos leitores habituais da minha agenda, sobretudo os que seguem o meu Instagram, onde frequentemente coloco imagens sobre a região onde vivo. 

W: Como está organizada esta agenda?

Luísa Ferreira Nunes: A agenda tem 120 páginas (uma por semana), capa dura e tamanho A5. Tem muitas imagens, uma por cada semana e ainda outras em duas páginas ao longo das estações do ano. A novidade este ano foi que, para além das habituais aguarelas, a agenda também apresenta algumas fotografias.

W: Onde se inspirou e que aspectos da vida no campo retrata na agenda?

Luísa Ferreira Nunes: Mostrei aspectos do mundo rural da região onde vivo e de outras regiões do sul da europa onde estive na minha recente sabática (a estudar libélulas). A agenda deste ano mostra e descreve, em textos escritos em três línguas (Português, Inglês e Francês), as culturas sazonais, os animais domésticos e selvagens, as casas rústicas e os rituais ligados à vida do campo como vindimas, o São Martinho, o azeite, os frutos, os piqueniques de verão, um mergulho na ribeira…

W: Qual o objectivo desta agenda de 2023?

Luísa Ferreira Nunes: Pela primeira vez fiz uma agenda a pedido dos seus leitores e o seu objectivo foi não só o de criar alguma literacia ecológica sobre habitats e vida selvagem, como ainda mostrar formas de vida que estão longe daqueles que vivem nos grandes centros urbanos. As aguarelas de um mundo rural  nostálgico pretendem inspirar e suavizar o dia a dia dos leitores.

W: Quais os benefícios de viver no campo nos dias de hoje?

Luísa Ferreira Nunes: A vida no meio rural, ou em áreas geograficamente isoladas, não é mais difícil e nem mais fácil que nos centros urbanos, é apenas muito diferente. A vida no campo gera mudanças significativas no nosso modo de viver, de trabalhar (criatividade) e na forma como nos relacionamos. Podemos melhorar a qualidade da saúde física, mental e emocional e temos mais oportunidades para observar e estudar a natureza em diversas horas do dia e ao longo das estações (o que também faz parte do meu trabalho). 

W: Como aprendeu a pintar e a desenhar?

Luísa Ferreira Nunes: Aprendi com o meu pai que desenhava muito bem e depois mais tarde frequentei a Arts Chelsea School em Londres. Penso que não é absolutamente necessário aprender a desenhar, devemos apenas seguir o nosso instinto nesta expressão. Não há desenhos maus ou bons, há só desenhos. Mas para quem quer aperfeiçoar ou conhecer técnicas, há muitos tutoriais na internet que mostram de forma muito clara como desenhar plantas e animais e como os pintar com diferentes materiais.


AGENDA VIVER NO CAMPO 2023

Por Luísa Ferreira Nunes

RVJ Editores

Preço: 20 euros

Pode adquirir a agenda aqui (esta agenda só está à venda online).


Agora é a sua vez.

Saiba aqui como registar a natureza num caderno de campo, com a ajuda de Luísa Ferreira Nunes.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.