“Montado, o bosque do lince-ibérico” vai ter novas sessões

Coelho-bravo. Foto: Herminio M. Muñiz

O documentário que revela imagens inéditas sobre o bosque ancestral na Península Ibérica vai ter novas sessões em Lisboa, Coimbra e Seia. Outras cidades podem ainda vir a acolher sessões especiais.

Estes resultados levam a que esta co-produção luso-espanhola inicie a segunda semana de exibição com um maior número de sessões diárias em Lisboa, tendo também originado pedidos de exibição vindos de outros locais do país, nomeadamente de Coimbra e de Seia.

Linces-ibéricos. Foto: Herminio M. Muñiz

O documentário que surgiu na sequência da candidatura do montado a património da humanidade da UNESCO, estreou-se na semana de 11 a 17 de Agosto em Lisboa, Leiria e Setúbal com sessões esgotadas. 

De acordo com os dados do Instituto de Cinema e Audiovisual (ICA), o filme teve quase mil bilhetes vendidos na primeira semana de exibição, com uma média de 312 espectadores por ecrã e de 42,5 pessoas em cada sessão realizada.  

“Procurando responder ao interesse que o documentário de Joaquín Gutíerrez Acha despertou por todo o país, queremos levar esta viagem imersiva aos espetadores dos municípios portugueses”, segundo um comunicado da Zero em Comportamento.

Assim, qualquer município se pode inscrever para acolher uma sessão especial deste filme.

Coelho-bravo. Foto: Herminio M. Muñiz

O montado é uma paisagem que surgiu a partir da eliminação de parte dos bosques, numa estratégia bélica desenvolvida durante a Idade Média e que, paulatinamente, se estendeu por planícies dando origem a este modelo florestal ibérico que convive em harmonia com a vida selvagem.

Desde então, as aves mais lendárias do Mediterrâneo constroem os seus ninhos nos ramos destas velhas árvores e, sob as suas copas, uma infinidade de seres participa em banquetes de frutos, enquanto outra multitude de criaturas se esconde nas suas concavidades. Mas, acima de tudo, o montado é um campo de batalha – é o lugar onde os grandes herbívoros se desafiam, onde águias formidáveis caçam, onde, sob a pressão dos mangustos, convivem os maiores répteis da Europa e onde atrás das flores se escondem predadores com as camuflagens mais fantásticas.

Ovelhas no montado. Foto: Herminio M. Muñiz

Atualmente, é considerado um dos maiores santuários naturais, reunindo uma biodiversidade extraordinária com mais de 200 espécies diferentes e conservando um conjunto de mamíferos em elevado risco de extinção. É também no montado que encontramos respostas preciosas para o combate ao aquecimento global, à desertificação e aos incêndios que todos os anos assolam o nosso país.


Novas sessões:

Semana de 18 a 24 de Agosto
CINEMA CITY ALVALADE (Lisboa)
diariamente 15h20 · 19h40
sábado e domingo também · 11h20

Semana de 6 a 12 de Outubro
CASA DO CINEMA DE COIMBRA
QUI 6 · 15:00
SEX 7 · 16:30
SEX 7 · 21:30
SAB 8 · 15:00
QUA 12 · 15:00

As datas e horários das sessões de Seia serão confirmadas dentro em breve.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.