Que espécie é esta: acanto

O leitor Yaroslav Todoriko fotografou estas planta em Paderne a 6 de Junho e quis saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

“Ao fazer uma caminhada encontrámos uma flor que não conseguimos identificar. Supomos que é salepeira-grande, mas temos dúvidas”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de um acanto (Acanthus mollis).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A inflorescência que surge na fotografia é de acanto (Acanthus mollis), espécie da família Acanthaceae.

O acanto é uma espécie nativa da região Este do Mediterrâneo. Em Portugal, onde foi introduzido como planta ornamental, está presente um pouco por todo o território Continental, sobretudo na faixa litoral e nos Arquipélagos da Madeira e Açores. 

Bem adaptado ao ambiente, rapidamente se naturalizou e hoje é possível ver o seu desenvolvimento espontâneo em muitas regiões.

É uma espécie herbácea, perene, frequente na orla e em clareiras de bosques, nas margens de linhas de água e na berma de caminhos. Tem preferência por locais de sombra e húmidos, solos nitrificados e frescos. 

O acanto possui uma folhagem muito delicada, verde-escura e brilhante. A representação das folhas de acanto – forma e recorte – foi muito popularizada como elemento decorativo e está na origem da ornamentação dos capitéis coríntios. Mais tarde surgiu também na arquitetura clássica na Europa e na América.

As suas hastes florais surgem nos meses mais quentes, entre maio e setembro e podem atingir até 2 metros de altura. São compostas por flores tubulares de cor branca a lilás.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.