Que espécie é esta: algodoeiro-falso

A leitora Susana Ferreira tem esta planta no seu jardim em Vila Nova de Famalicão e pediu para saber a espécie. Carine Azevedo responde.

“Este ano, pela primeira vez, começou a crescer no meu jardim esta planta e gostaria de saber de que espécie de trata”, escreveu a leitora à Wilder.

“A fotografia foi tirada em Vila Nova de Famalicão no início de Janeiro. O aspeto mantém-se (volume, cor e textura) desde dezembro.”

Trata-se de um algodoeiro-falso (Gomphocarpus fruticosus).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Esta é uma espécie nativa da África do Sul, da família das Apocynaceae. Em Portugal, trata-se de uma espécie exótica, introduzida no continente e nas ilhas e é conhecida como algodoeiro-falso (Gomphocarpus fruticosus).  

Este arbusto perene pode crescer até aos 2 metros de altura.

Tem flores brancas ou creme, bastante atraentes, sendo muito cultivada como ornamental em jardins. Começa agora a florir, sendo a sua maior abundância de flores nos meses de maio e abril.

Tem elevado interesse medicinal. Todas as partes da planta são venenosas e a seiva irrita a pele. A presença de toxinas é bastante elevada, logo o seu manuseamento deve ser cuidado.

Trata-se do principal hospedeiro da borboleta monarca. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


Já que está aqui…

Apoie o projecto de jornalismo de natureza da Wilder com o calendário para 2021 dedicado às aves selvagens dos nossos jardins.

Com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá identificar as aves mais comuns nos jardins portugueses. O calendário Wilder de 2021 tem assinalados os dias mais importantes para a natureza e biodiversidade, em Portugal e no mundo. É impresso na vila da Benedita, no centro do país, em papel reciclado.

Marco Nunes Correia é ilustrador científico, especializado no desenho de aves. Tem em mãos dois guias de aves selvagens e é professor de desenho e ilustração.

O calendário pode ser encomendado aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.