Que espécie é esta: anémona-dos-bosques

O leitor Vitor Manuel Nunes de Oliveira pediu a identificação desta flor que observou na Serra da Freita a 13 de Março. Carine Azevedo responde.

“Sabem-me dizer o nome desta planta? Avistamento a 13 Março 2022 na Serra da Freita, Bosque de Tsugas, Castanheiros a uma altitude perto dos 900m com muito musgo”, escreveu o leitor à Wilder.

Tratar-se-á de uma anémona-dos-bosques (Anemone trifolia subsp. albida).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

As fotografias são de uma planta da família Ranunculaceae, pertencente ao género botânico Anemone. E parece tratar-se de uma anémona-dos-bosques (Anemone trifolia subsp. albida). 

A classificação mais recente nomeia cientificamente esta planta como sendo uma Anemonoides trifolia subsp. albida.

A anémona-dos-bosques é uma espécie endémica da Península Ibérica. Em Portugal ocorre apenas nas regiões do Minho, Trás-os-Montes, Douro Litoral e Beiras.

É uma planta com rizoma (caule subterrâneo), de onde partem caules aéreos, finos, com cerca de 10 a 20 cm de comprimento. As folhas são verdes, muito persistentes durante o período da primavera e verão e são trifoliadas. 

A floração ocorre entre fevereiro e abril. As flores de cor branca ou azul, são solitárias, e surgem no topo da haste floral.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.