Foto: Francisco Ribeiro

Que espécie é esta: aranha-camelo

Francisco Ribeiro fotografou um aracnídeo em Castelo Branco, em Julho, e José Ventura observou um ser semelhante em Marvão. Pedro Sousa explica do que se trata.

“Agradeço a vossa ajuda na identificação de uma espécie de aranha, julgamos nós, que nos visita nos meses de verão”, escreveu Francisco Ribeiro. “Temos uma criança de 6 anos que pontualmente brinca no chão e temos dúvidas sobre a sua perigosidade.”

“Por norma somos visitados sempre à noite, pelo que deduzo que a espécie seja mais ativa depois do pôr do sol. À falta de uma moeda coloquei uma peça de lego para comparação de tamanhos.”

Foto: Francisco Ribeiro

Já José Ventura descreveu o que tinha encontrado como tendo “entre dois a três centímetros,  oito patas, duas longas antenas, e junto à boca quatro ‘espigões'”. “Perguntando aos msis idosos da zona (Marvão), nenhum deles conseguiu identificar”, acrescentou.  

Trata-se de uma aranha-camelo, espécie com o nome científico Gluvia dorsalis, descrita para a ciência em 1817 pelo zoologista francês Pierre André Latreille.

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, biólogo com vasta experiência na identificação de espécies de aranhas autóctones de Portugal e especialista do grupo Aranhas e Escorpiões da IUCN SSC.

Estes aracnídeos têm hábitos de vida semelhantes aos escorpiões, que também são animais maioritariamente nocturnos, e que ocorrem maioritariamente nas zonas quentes do sul do país.

Vídeo: José Ventura

Ao contrário dos escorpiões, ou das aranhas, não possuem glândulas que produzem veneno. O que possuem são quelíceras de grandes dimensões, que lhes conferem um aspecto feroz, com as quais matam as presas que perseguem a grande velocidade pelo solo.

Nestes aracnídeos, os pedipalpos, apêndices articulados situados junto à boca e antes dos quatro pares de patas locomotoras, são orgãos sensoriais com pêlos especiais na extremidade. Nos escorpiões estes apêndices têm os dois últimos segmentos modificados em forma de pinça.


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