Que espécie é esta: aranha-de-tenda-de-cinco-pintas

O leitor Marco Nunes Correia encontrou esta aranha a 19 de Junho no seu jardim numa aldeia próxima de Alcobaça e pediu ajuda na identificação. Sérgio Henriques responde.

 

 

Trata-se de uma aranha-de-tenda-de-cinco-pintas (Uroctea durandi).

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

A aranha encontrada é uma fêmea.

Esta é uma espécie muito distinta da nossa fauna e uma das mais bonitas.

Apesar do seu aspecto colorido que lembra o aviso de animais coloridos (chamados cientificamente de aposemáticos), é uma espécie inofensiva com queliceras tão pequenas que não conseguiriam perfurar a pele humana mesmo que tentassem.

É uma aranha comum por quase todo o país, mas raramente observada porque passa a maior parte do tempo no seu abrigo de seda em forma de sol, sob pedras ou cascas de árvores.

Apesar de serem aranhas muito tímidas, quando retiradas do seu abrigo são extremamente rápidas. A sua estratégia de defesa é uma fuga ultra rápida até às ervas ou folhas do chão, seguida de uma paragem brusca fingindo-se de mortas.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.