Que espécie é esta: aranha-dos-troncos-grande

O leitor Hélder Brás encontrou esta aranha na sua casa em Oeiras, a 6 de Abril, e pediu ajuda para saber qual a espécie. Sérgio Henriques responde.

 

“Encontrei esta aranha no interior da minha habitação, em Cavilhas, Oeiras. Foi a primeira vez que tal aconteceu e que vi uma espécie destas. Poderia saber de que espécie se trata e se é perigosa, uma vez que tenho crianças”, escreveu o leitor à Wilder.

 

 

 

Tratar-se-á de uma aranha-dos-troncos-grande (Zoropsis cf. spinimana).

Espécie identificada por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta parece ser uma fêmea de Zoropsis cf. spinimana (ainda a confirmar), diz Sérgio Henriques. Não se consegue perceber bem o que era este pobre animal porque foi completamente destruído.

Esta “é uma espécie que se dá bem em ambientes humanos, incluindo cidades, onde aparece sobretudo em caves e em garagens”.

“Tal como nós, as aranhas sentem frio no Inverno, e se houver uma casa quente onde se possam abrigar, correm às vezes o risco de serem detectadas para escaparem às noites frias de Inverno.”

É uma aranha que vive no seu casulo de seda, que se assemelha a algodão doce, onde fica sossegada sem fazer mal a ninguém.

É um receio comum que, quando se tem crianças, se deve eliminar os animais que tememos serem perigosos. Mas as aranhas não devem fazer parte dessa lista. São animais tímidos e pacatos, que têm muito mais a temer de nós que nós delas.

 

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Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.