Que espécie é esta: aranha-vespa

Daniela Rodrigues encontrou esta aranha em Mafra a 14 de Agosto e quis saber qual a espécie a que pertence. Sérgio Henriques responde.

Trata-se de uma aranha-vespa da espécie Argiope bruennichi.

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta é mais uma fêmea de Argiope bruennichi.

Não sei o que se passou este ano, mas estas aranhas têm sido invulgarmente registadas. Esta não é necessariamente uma espécie comum, mas há muitos registos este ano.

A aranha-vespa é, na minha opinião, uma das mais belas aranhas da nossa fauna.

É uma das maiores aranhas do nosso país e tem uma dimensão considerada entre média a grande.

Estas aranhas atingem a maturidade mais ou menos em Agosto e Setembro (final do Verão), com as fêmeas a viver até Outubro, embora os machos vivam por períodos bem curtos.

Quando as fêmeas dão à luz guardam o saco de ovos no topo da vegetação perto da teia. Os ovos passam assim o Inverno e eclodem na próxima Primavera.

A teia desta aranha tem um zig-zag de seda que ainda hoje intriga os cientistas. Esta estrutura foi chamada de stabilementum porque se pensava que estabilizava a teia. Hoje pensa-se que serve para avisar as aves e evitar colisões. É tão eficaz que há investigação para imitar a teia e reduzir colisões de aves contra estruturas.

Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.