Que espécie é esta: araucária

Um grupo de alunas do Colégio Militar, em Lisboa, fotografaram esta árvore em Fevereiro no espaço escolar e querem saber qual é a espécie. Carine Azevedo responde.

Trata-se de uma araucária (Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco)

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A árvore que aparece nas fotografias é uma araucária (Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco), também vulgarmente conhecida como araucária-de-norfolk e pinheiro-de-norfolk.

É uma espécie endémica da ilha de Norfolk (Oceânia), da família Araucariaceae.

A araucária-de-norfolk é uma árvore resinosa, de grande porte, que pode atingir os 50 metros de altura. Possui uma copa piramidal e tronco direito.

É uma espécie de folhagem persistente. As folhas são lineares e dispõem-se nos raminhos em todas as direções. As folhas adultas são verde-escuras, imbricadas e curvadas, com cerca de 6 mm de comprimento e extremidade dura. As folhas juvenis de são maiores, 8 a 12 mm de comprimento, pontiagudas, curvadas e possuem uma cor verde-brilhante. 

A araucária-de-norfolk é uma árvore dióica (flores masculinas e femininas em plantas diferentes), embora também existam exemplares desta espécie, que possam ser monóicos.

As flores surgem em cones (inflorescências), amarelo-acastanhados. Os cones femininos têm um tamanho maior, são arredondados e contêm um grande número de sementes. Os masculinos são mais pequenos e possuem uma forma mais cilíndrica.

As sementes maiores ocorrem nos cones femininos. São muito parecidas às dos pinheiros, sendo conhecidas como pinhões.

Esta árvore é muito comum em parques e jardins pelo grande interesse ornamental que possuiu. Em algumas regiões do mundo é cultivada como árvore de Natal.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.