Que espécie é esta: calcitrapa

O leitor Ricardo Teixeira fotografou esta planta na ilha do Faial, Açores, a 23 de Maio, e quis saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

“No dia 23 de maio, ao fazer uma caminhada pela Paisagem Protegida do Monte da Guia, na ilha do Faial, deparei-me com esta beldade singela. Será uma endémica dos Açores? Gostaria da vossa ajuda para a sua identificação”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de uma calcitrapa (Valeriana calcitrapae).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta das fotografias é uma espécie nativa de Portugal e dos Arquipélagos da Madeira e dos Açores.

A calcitrapa (Valeriana calcitrapae) é uma espécie da família Caprifoliaceae. Tem uma distribuição nativa compreendida entre a Macaronésia e a região Mediterrânica. É uma planta com uma grande amplitude ecológica, podendo ocorrer em zonas de matos, pinhais, bosques, campos agrícolas, prados nitrificados, berma de caminhos, muros e taludes.

É uma planta herbácea anual, que pode crescer até os 60 cm de altura. Os caules são eretos, ocos, simples ou ramificados.

As folhas são de dois tipos. As folhas da base são inteiras, possuem pecíolo e forma obovada, sendo mais estreitas na base do que no ápice. As folhas superiores raramente possuem pecíolo e têm a forma lanceolada e são bastante recortadas.

As flores são hermafroditas e muito pequenas, de cor rosada a branco e surgem dispostas em inflorescências compostas, providas de brácteas protetoras.

Esta planta floresce entre março e agosto.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.