Que espécie é esta: centopeias da ordem Geophilomorpha

O leitor José Alves Bicho encontrou estes animais no seu jardim em Cascais a 14 de Fevereiro e pediu para saber qual a espécie. José Manuel Grosso-Silva responde.

“Peço a vossa ajuda na identificação de um bicharoco que encontro com frequência nos canteiros do meu pequeno jardim. Os que tenho visto têm cerca de 10cm de comprimento e aparentam algumas semelhanças com as centopeias. Serpenteiam com grande destreza e penetram facilmente no solo que, no caso, é um pouco arenoso e húmido. Nunca encontrei nenhum à superfície e já notei que é no início da primavera que os vejo com mais frequência. Não sei como se chamam, do que se alimentam, nem como se reproduzem, e por isso pergunto ‘que espécie é esta?'”, escreveu o leitor à Wilder.

Tratam-se de centopeias da ordem Geophilomorpha.

Espécie identificada por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

As centopeias desta Ordem estão adaptadas à vida no solo; são escavadoras de solo e húmus e não têm olhos.

Podem ter até 170 pares de pernas, curtas. Normalmente são animais longos – as espécies podem variar entre os 5 e os 200 milímetros de comprimento – e de cor pálida, amarelada.

Alimentam-se de minhocas, caramujos e nemátodos.

Põem os ovos no solo ou em pilhas de folhas e as fêmeas guardam o seu grupo de ovos.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.