Que espécie é esta: cobra-de-colar-negro

A leitora Ana Santos encontrou esta cobra a 16 de Agosto em Silves e pediu ajuda na identificação da espécie. José Carlos Brito responde.

A 16 de Agosto “pelas 21h deparei-me com uma cobra na minha sala. Não faço ideia por onde entrou. Tenho um quintal ao fundo da casa, mas ela apareceu na primeira divisão da casa próximo à porta principal que estava fechada. Moro no centro histórico de Silves onde está a decorrer a Feira Medieval. A minha rua está condicionada a moradores, mas não se encontra no recinto da feira. Através de uma vassoura consegui colocar a cobra na rua ao qual ela subiu a rua desaparecendo. Só tirei foto quando já estava no passeio. Se fosse no quintal ainda poderia achar normal, mas neste contexto não. Qual a espécie da cobra?”, perguntou a leitora à Wilder.

Tratar-se-á de uma cobra-de-colar-negro (Macroprotodon brevis).

Espécie identificada e texto por: José Carlos Brito, especialista em répteis no BIOPOLIS-CIBIO.

Creio tratar-se de uma cobra de colar negro (Macroprotodon brevis).

Na cabeça é discernível uma grande mancha escura em forma de escudo e em torno do pescoço observa-se uma banda negra que se assemelha ao desenho de um colar (daí o nome comum).

É uma espécie relativamente discreta, de hábitos crepusculares e nocturnos, geralmente permanecendo abrigada debaixo de pedras durante o dia, sendo por isso de difícil detecção.

Certamente que esta serpente terá entrado na casa de forma inadvertida, provavelmente durante a procura de presas.

Tal como a generalidade das cobras em Portugal, quando detectada tende sempre a fugir. No entanto, se capturada pode morder, pelo que é sempre boa opção deixá-la seguir caminho. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.