Que espécie é esta: cobra-de-ferradura

A leitora Maria Leonor Nunes encontrou esta cobra a 7 de Outubro em Pousafoles, Sarzedas, e pediu ajuda na identificação da espécie. José Carlos Brito responde.

“O meu marido acabou de ser mordido por esta cobra no dedo da mão. Sangrou bastante. Conforme indicação do INEM lavamos com sabão, desinfectamos com água oxigenada e betadine. Está com gelo, o sangre estancou e não tem inchaço nem dores. Será possível confirmar que cobra é?”, escreveu a leitora à Wilder. 

Trata-se de uma cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis). 

Espécie identificada e texto por: José Carlos Brito, especialista em répteis no BIOPOLIS-CIBIO.

Trata-se de uma Cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis), identificável pela mancha dorsal escura em forma de ferradura na zona posterior da cabeça e pela série de bolas, ou manchas escuras ovaladas, dispostas espaçadamente ao longo do corpo.

É uma serpente muito comum em Portugal e não-venenosa.

A mordedura pode ser dolorosa mas não apresenta complicações. O procedimento seguido parece perfeitamente indicado para lidar com este tipo de situações.

Os adultos tendem a alimentar-se de ratos tendo por isso um papel bastante útil, contribuindo para a limitação de potenciais doenças transmissíveis aos seres humanos. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.