Que espécie é esta: conteira

A leitora Susana Martinho pediu a identificação de uma planta que observou nos Açores em Agosto de 2021. Carine Azevedo responde.

Trata-se de uma conteira (Hedychium gardnerianum).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta da fotografia é uma conteira (Hedychium gardnerianum), também conhecida como jarroca, roca, cana-roca, roca da velha e gengibre-selvagem. É uma planta herbácea perene, rizomatosa, da família Zingiberaceae.

Pode crescer até 2 metros de altura e possui caules folhosos. As folhas são grandes, em forma de lança, verde-escuras na página superior e esbranquiçadas na página inferior. As flores são tubulares, amarelas, dispostas em inflorescências do tipo espiga. São bastante perfumadas e cada flor possui um único estame vermelho.

É uma espécie nativa do Nepal. 

Em Portugal, segundo o anexo II, do Decreto-Lei nº92/2019, de 10 de julho, a conteira está classificada como espécie invasora, com maior predominância no Arquipélago dos Açores. No entanto, também tem comportamento em Portugal continental e no Arquipélago da Madeira. 

Terá sido introduzida como planta ornamental, em jardins e outros espaços verdes, pela sua folhagem exuberante ao longo de todo o ano e pelo perfume e beleza das suas flores. O rápido crescimento rápido e a facilidade de adaptação às condições ecológicas levou a que rapidamente formasse áreas densas e impenetráveis, impedindo o desenvolvimento de vegetação nativa, tornando-se invasora.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.