O leitor António Casimiro fotografou esta planta a 6 de Março no Algarve e quis saber qual é a espécie. Carine Azevedo responde.
“Apareceu-me esta planta aqui em casa (a 800 metros de Santa Bárbara de Nexe, no Algarve). Tem uns espinhos altamente aguçados… Gostaria de a identificar e saber mais sobre ela”, escreveu o leitor à Wilder.
Tratar-se-á de uma azeda-espinhosa (Rumex spinosus L., anteriormente classificada como Emex spinosa (L.) Campd.).
Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.
As fotografias apresentadas referem-se a uma planta do género Rumex, que compreende diversas espécies herbáceas perenes ou anuais, pertencentes à família Polygonaceae.
Este género, conhecido pelas labaças, é caracterizado por plantas que geralmente apresentam folhas grandes e largas, frequentemente com bordas onduladas. As flores, de pequenas dimensões, agrupam-se em inflorescências cuja forma e cor variam consoante a espécie.
Mais especificamente, as fotografias parecem ser de azeda-espinhosa (Rumex spinosus L., anteriormente classificada como Emex spinosa (L.) Campd.).
A azeda-espinhosa é uma espécie nativa da Europa mediterrânica e Macaronésia. Em Portugal ocorre no continente, principalmente na faixa litoral do Alentejo e do Algarve, além das ilhas da Madeira e dos Açores (onde foi introduzida). Trata-se de uma espécie ruderal, comum em terrenos de cultivo, bermas de caminhos, clareiras e ruínas.
Embora existam algumas semelhanças entre as espécies do género Rumex, uma análise cuidadosa das características das folhas, flores e frutos, bem como do habitat onde se desenvolvem, permite diferenciar com precisão as diversas espécies presentes em Portugal. Esta espécie em particular diferencia-se pelo seu fruto, um aquénio espinhoso, bastante rijo.
Agora é a sua vez.
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