Que espécie é esta: erva canudo

A leitora Olga Almeida quer saber qual a espécie desta planta que tem em vaso há anos e que lhe foi oferecida pela avó. Marcelo Filho, do Jardim Botânico de Coimbra, responde.

“Sou uma seguidora da vossa página no Facebook há já algum tempo e decidi neste momento recorrer a vós para que me possam esclarecer relativamente a uma planta que tenho em vaso há imensos anos e que, até ao momento, não consegui saber qual o seu nome nem a espécie a que pertence”, escreveu a leitora à Wilder.

“É uma planta que começa a dar os primeiros rebentos “verdes” por volta de Novembro/Dezembro e só dá esta flor amarela por volta de Janeiro/Fevereiro. Durante o resto do ano apenas resta o bolbo debaixo da terra.”

Já tentei saber que planta é esta em viveiros, floristas, pequenos produtores locais e todos foram unânimes: para além de não saberem de que planta se trata também nunca a tinham visto. Lembro que esta plantinha já tem imensos anos na minha casa e na altura foi-me oferecida pela minha avó.”

Trata-se de uma Lachenalia punctata.

Espécie identificada por: Marcelo Dias Machado Vianna Filho, do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra.

Esta é uma planta vascular pertencente à família Asparagaceae.

Tem vários nomes populares, como lachenália e erva canudo.

É uma planta perene e bolbosa, do género Lachenalia. As plantas deste género, normalmente encontradas na Namíbia e África do Sul, têm, na sua maioria, um período de dormência mas todos os anos crescem novas raízes.

Este género, Lachenalia, tem o nome do botânico suíço Werner de Lachenal (1736-1800).


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.