A leitora Ana Rodrigues fotografou esta planta a 4 de Setembro em Vila Pouca de Aguiar e quis saber qual é a espécie. Carine Azevedo responde.
“Esta planta é muito frequente no meio do milho; as vacas não a comem mas os burros sim. Há quem diga que pode ser tóxica. Será?”, perguntou a leitora à Wilder.
Trata-se da erva-moura (Solanum nigrum L.).
Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.
Tudo indica que se trata da erva-moura (Solanum nigrum L.), espécie pertencente à família Solanaceae. Nativa da Eurásia, Macaronésia, norte e nordeste de África, esta espécie ocorre naturalmente em várias regiões de Portugal, incluindo o Arquipélago da Madeira e, possivelmente, foi introduzida nos Açores.
A erva-moura é um arbusto perene com um ciclo de vida curto, caracterizado por um caule ereto, por vezes prostrado, cilíndrico, verde e ramificado desde a base, podendo atingir até 1,5m de altura e formar densos aglomerados.
As suas folhas têm formato de coração, com margens onduladas e são ligeiramente pubescentes em ambas as faces. As flores possuem uma corola branca, creme ou ocasionalmente esverdeada. O fruto é uma baga de cor preta opaca ou púrpura.
A erva-moira é uma planta ruderal, comum em terrenos baldios ou incultos e na berma de caminhos. Está associada a solos ricos em azoto e locais de meia-luz.
Esta planta pode representar potenciais riscos para o gado caso seja consumida em grandes quantidades. Em condições normais, os animais tendem a evitar o seu consumo devido ao sabor amargo característico e às propriedades tóxicas associadas. Contudo, em cenários de escassez alimentar, os animais podem ser levados a ingeri-la por falta de alternativas disponíveis.
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Agora é a sua vez.
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