Que espécie é esta: escaravelho do género Chrysolina

A leitora Paulina Esteves fotografou este insecto a 11 de Abril em Almargem do Bispo, Sintra, e quis saber qual a espécie a que pertence. Eva Monteiro e José Manuel Grosso-Silva respondem.

“Será que poderiam identificar este espécime? Parece uma joaninha sem pintas… E terá uma função similar às das joaninhas perante as hortícolas?”, escreveu a leitora à Wilder.

O escaravelho foi fotografado em Almornos, Almargem do Bispo, Sintra.

Trata-se de um escaravelho do género Chrysolina.

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, e por José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

Segundo Eva Monteiro, o insecto das fotos parece pertencer ao género Chrysolina, da família Chrysomelidae.

“As joaninhas também são escaravelhos mas pertencem à família Coccinellidae. Ao contrário dos coccinelídeos, que são na sua maioria vorazes predadores de pulgões e de outras pragas agrícolas, os crisomelídeos alimentam-se exclusivamente de plantas. Os ingleses até lhes dão o nome comum de “escaravelhos das folhas”. Podem comer várias espécies de plantas”, explicou Eva Monteiro.

José Manuel Grosso-Silva é da mesma opinião quanto à identificação. “O escaravelho fotografado em Almornos pertence ao género Chrysolina, que inclui quase 30 espécies em Portugal.”

“Tendo em conta a semelhança que existe entre várias das espécies com esta coloração, a identificação terá mesmo que ficar pelo género.”

Quanto às larvas deste escaravelho, “são herbívoras mas não costumam causar problemas pois na maioria dos casos alimentam-se de plantas não cultivadas”.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.