Que espécie é esta: Escorcioneira

O leitor Bruno Silva Rodrigues fotografou esta planta a 6 de Março perto de Relíquias, Odemira, e pediu ajuda para a identificar. Filipe Covelo responde.

 

“Há muito que tento identificar esta espécie de planta que cresce espontaneamente por aqui, perto de Relíquias, Odemira”, escreveu o leitor à Wilder.

 

 

“A flor é do tipo do dente de leão, mas a planta dá várias, em caules divididos. Parece-me poder ser da família dos Sonchus, mas a folha é mais ‘densa’, sem pêlos, como a das calêndulas selvagens… Tem uns pontinhos brancos, cinzentos. Como curiosidade, devo dizer que costumo comer as folhas, pois não são muito suaves, nada amargas como são, cruas, as da Serralha ou do Dente-de-Leão.”

 

 

Trata-se da espécie escorcioneira (Reichardia picroides).

Espécie identificada e texto por: Filipe Covelo, colaborador do Jardim Botânico e do Herbário da Universidade de Coimbra (UC), no âmbito do projecto PRISC (Portuguese Research Infrastructure of Scientific Collections). O Jardim Botânico da UC tem a decorrer um projecto de consultas botânicas para o qual pode enviar as perguntas e dúvidas que tiver sobre plantas ([email protected]).

Efectivamente trata-se de uma espécie da mesma família dos sonchus e dos dentes-de-leão.

As fotos são de Reichardia picroides (L.) Roth, uma espécie da família Asteraceae.

É uma espécie nativa da região mediterrânea, tem como habitat substratos rochosos, bermas de caminhos e campos agrícolas incultos.

Há quem coma as suas folhas em saladas ou cozidas.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.