Que espécie é esta: esporas-bravas

A leitora Alexandra Sá Pessoa fotografou esta planta a 6 de Fevereiro em Santa Clara, Alcaravela – Sardoal, e quis saber qual é a espécie. Carine Azevedo responde.

Tratam-se de esporas-bravas (Linaria amethystea subsp. amethystea). 

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

As flores da fotografia parecem ser de esporas-bravas (Linaria amethystea subsp. amethystea). 

A esporas-brava é uma espécie nativa em Portugal continental, endémica da Península Ibérica e que pertence à família Plantaginaceae

Apresenta uma distribuição fragmentada ao longo de todo o território continental, ainda que esteja ausente da costa litoral norte. É comum em terrenos cultivados, baldios ou em pousio, na clareira de matos e de bosques e é menos frequente em areais marítimos.

A esporas-bravas é uma planta herbácea anual, de reduzidas dimensões, de folhas lineares a lanceoladas, verticiladas e alternas.

A floração ocorre entre fevereiro e junho e as flores são azul-violeta e brancas, com manchas violeta, e possuem um prolongamento característico na base, conhecido como esporão, onde se encontra o néctar e que tem como principal função atrair os insectos para a polinização.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.