Que espécie é esta: estrela-do-mar-de-espinhos

A leitora Sara Branco fotografou estas estrelas-do-mar a 11 de Abril perto da praia do Tamariz, Estoril, e quis saber qual o seu nome. Gonçalo Calado responde.

“Encontrei na praia adjacente Oeste à praia do Tamariz, no Estoril, a 11 de Abril de 2021, estas estrelas do mar, e tenho conseguido ver sempre algumas durante a maré vazia cada vez que lá vou. No dia 8 de Abril tinha até contado umas 13, mas entretanto só encontro muito menos. Há alguns sítios previsíveis onde as encontrar, mas só 2 ou 3”, escreveu a leitora à Wilder. 

Tratam-se de estrelas-do-mar-de-espinhos (Marthasterias glacialis).

Espécie identificada e texto por: Gonçalo Calado, professor da Universidade Lusófona.

Esta é uma estrela-do-mar do género Marthasterias, pertencente à família Asteriidae.

É considerada uma estrela-do-mar bastante grande. Segundo o Museu Virtual da Biodiversidade, ligado à Universidade de Évora, tem geralmente 35 centímetros de diâmetro e pode atingir os 70 centímetros de envergadura.

Tem cinco braços finos e afilados. “Cada braço tem três fiadas longitudinais de espinhos cónicos, esbranquiçados, envoltos por uma almofada de pedicelários (espinhos modificados utilizados na defesa e na predação)”, explica o Museu Virtual da Biodiversidade.

Estas estrelas-do-mar podem ser acastanhadas, castanho-amareladas, cinza-esverdeadas ou até roxas nas pontas dos braços.

“É uma das estrelas-do-mar mais comuns no infralitoral ou no circalitoral, em fundos rochosos ou arenosos, até aos 200 metros de profundidade. É uma espécie predadora, alimentando-se de moluscos e outros invertebrados.”


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.