Que espécie é esta: falsa-urtiga

O leitor Luís Faustino Carvalho fotografou desta planta a 13 de Março de 2020 em Delães, Vila Nova de Famalicão, e pediu para saber a espécie. Carine Azevedo responde.

Trata-se da falsa-urtiga (Lamium purpureum).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Conhecida como falsa-urtiga, urtiga-roxa, lamio-roxo (Lamium purpureum), esta espécie, da família Lamiaceae, é uma espécie nativa em Portugal. Ocorre naturalmente em Portugal continental e no arquipélago da Madeira. 

Esta planta anual, ruderal, surge frequentemente em campos cultivados, bermas de estradas, em clareiras de bosques, em zonas pedregosas e junto a muros.

É uma planta pequena, mais ou menos pubescente, com folhas semelhantes a um coração, de cor verde, por vezes ligeiramente arroxeadas nas pontas.

O seu nome comum deve-se à semelhança das suas folhas com as urtigas, mas não picam. As flores são púrpuras ou roxas e surgem em espigas curtas e densas, podendo ver-se entre março e junho.

As folhas e as flores são usadas na alimentação. Cruas, em saladas ou batidos, ou cozinhadas, adicionadas em sopas.

Todas as partes da planta apresentam propriedades adstringentes e diuréticas.

No entanto, antes de utilizar a planta é preciso ter vários cuidados, como procurar saber mais sobre esta espécie e verificar se o local onde a planta foi colhida não está poluído.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.