Figueira-do-inferno. Foto: Humberto Braga

Que espécie é esta: figueira-do-inferno

O leitor Humberto Braga fotografou esta planta a 6 de Setembro em Benavente e quis saber qual é a espécie. Carine Azevedo responde.

“Moro em uma quinta em Benavente e na nossa quinta tem várias desta planta. Pesquisei na internet e pedem para que seja avisado para controle deste espécie, peço vossa ajuda”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de uma figueira-do-inferno (Datura stramonium). 

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Tudo aponta para que as fotografias digam respeito a uma figueira-do-inferno (Datura stramonium), também conhecida por castanheiro-do-diabo, estramónio, erva-do-diabo, erva-das-bruxas, erva-dos-mágicos, entre outros.

Esta planta pertence à família Solanaceae e é originária da América Central. Em Portugal continental, esta planta é classificada como uma espécie invasora, conforme estipulado pelo Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho

A figueira-do-inferno é uma planta herbácea anual que pode atingir até 2 metros de altura. As suas folhas são largas, ovadas a elípticas, com margem dentada a lobada, bastante evidente.

A floração ocorre entre março e outubro, destacando-se as suas flores grandes, brancas ou levemente púrpuras, com uma corola afunilada. 

Os frutos são cápsulas ovóides densamente cobertas por pequenos acúleos (espinhos). Cada cápsula contém numerosas sementes negras. Uma planta pode produzir cerca de 30000 sementes/ano, as quais têm uma grande capacidade de germinação, podendo manter-se viáveis, no solo, por muitos anos.

A produção massiva de sementes é um dos fatores que contribuem para o seu estatuto invasor, permitindo uma disseminação rápida e eficiente da espécie. Nesse sentido, são essenciais medidas de controlo para evitar a propagação descontrolada. Para mais informações sobre medida de controlo desta espécie, consulte o site invasoras.pt.

É importante salientar que todas as partes da planta, incluindo folhas, flores, sementes e raízes, são altamente tóxicas. Assim, é necessário extrema precaução a manipulação desta planta.


Calendário Wilder 2024

Apoie o jornalismo de natureza que fazemos na Wilder, com o calendário 2024 dedicado às Aves da Floresta.

Com as belíssimas ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá conhecer 12 espécies de aves nativas e estar sempre informado sobre os dias mais importantes do ano para a natureza.

Este novo calendário da Wilder estará disponível a partir do início de Janeiro, num número limitado de exemplares. Se desejar recebê-lo sem risco de esgotar, pode fazer uma pré-compra aqui, com um desconto de 10% face ao valor inicial de 15 euros até 31 de Dezembro. Para os subscritores da Wilder, o desconto é de 20%.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Equipa Wilder

A nossa missão é inspirá-lo a apreciar a natureza e a melhorar a biodiversidade, através de conteúdos de elevada qualidade editorial que lhe sejam úteis.