Foto: Margarida Pires Correia

Que espécie é esta: frutos de uva-de-cão

A leitora Margarida Pires Correia pediu ajuda na identificação de uma planta fotografada a 27 de Setembro na Serra da Arrábida, perto de Azeitão. Carine Azevedo responde.

Apesar de “só focar principalmente o fruto”, Margarida Pires Correia pediu se seria possível descobrir qual é a espécie correspondente.

Os frutos registados parecem ser de uva-de-cão (Dioscorea communis), uma espécie da família Dioscoreaceae.

Foto: Margarida Pires Correia

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A uva-de-cão é também conhecida como norça-preta, baganha e arrebenta-boi e é uma espécie nativa presente em todo o território do continente, preferencialmente em bosques, matagais e por vezes em bosques ripícolas e em olivais abandonados.

É uma planta trepadeira de caule volúvel, bem desenvolvido. As folhas dispõem-se alternadamente ao longo do caule, têm uma forma cordiforme (semelhante a um coração) e possuem pecíolo. 

Floresce entre fevereiro e maio e as flores são branco-esverdeadas. O fruto é uma baga vermelha, muito tóxica. 

As propriedades hemolíticas e resolutivas desta planta tornam-na interessante do ponto de vista medicinal.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.