Que espécie é esta: gafanhoto-pançudo

A leitora Sara Salgado fotografou este insecto a 13 de Junho de 2020 no concelho de Odemira e quis saber qual a espécie a que pertence. Eva Monteiro responde.

“Encontrei este mini gafanhoto. Media cerca de 7/8mm, não chegava a 1 cm. E já sei que se trata de uma mutação. Mas achei super interessante de partilhar”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se do gafanhoto-pançudo (Pezottetix giornae).

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

É uma ninfa do gafanhoto-pançudo (Pezottetix giornae), uma espécie muito comum em Portugal, que pode ser vista todo o ano e que se distingue pelas asas muito reduzidas, mesmo no estado adulto. 

A cor arroxeada já não é tão comum. Trata-se de uma mutação genética conhecida por eristrismo – parece que os humanos ruivos também têm esta condição – causada pela produção excessiva de pigmentos vermelhos.

Várias espécies de gafanhoto podem apresentar indivíduos rosados, que são muito bonitos, mas têm menos hipóteses de sobrevivência, já que chamam a atenção dos predadores.

Recorde aqui o gafanhoto-pançudo adulto que a jornalista Helena Geraldes encontrou em Moura a 15 de Setembro de 2018.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.