Que espécie é esta: leque-do-mar

A leitora Maria do Rosário Gordalina fotografou este animal a 30 de Dezembro na Costa da Caparica, Almada, e quis saber qual o seu nome. Gonçalo Calado responde.

“A 30 de Dezembro encontrei no areal das praias da Costa da Caparica (entre a Praia Cabana do Pescador e a da Nova Vaga) várias conchas deste bivalve”, contou a leitora à Wilder.

“A concha é transparente, muito fina e frágil, com cerca de um palmo de comprimento. Algumas conchas ainda possuíam molusco, misturado ou não com outros elementos. É uma espécie de mexilhão?”

Trata-se de um leque-do-mar (Atrina pectinata).

Espécie identificada por: Gonçalo Calado, biólogo e investigador associado do Instituto Português de Malacologia (IPM).

Este é um molusco bivalve descrito para a Ciência em 1767, pertencente ao género Atrina e à família Pinnidae.

São animais primitivos. O género Atrina está representado em registos fósseis do período Triássico ao Quaternário, encontrados um pouco por todo o mundo.

Os leques-do-mar têm conchas finas, frágeis e com formas triangulares. As conchas são translúcidas, por vezes tingidas de castanhos arroxeados ou cinzentos.

Estes moluscos vivem no fundo do mar, fixados no substracto com as pontas para baixo, ancorados por feixes de filamentos.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


Já que está aqui…

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.