Que espécie é esta: Micrommata cf. ligurina

A leitora Sílvia Lopes encontrou esta aranha a 22 de Abril em Porto de Mós, e pediu ajuda na identificação. Sérgio Henriques responde.

“Encontrei duas aranhas verdes no interior minha casa. São perigosas?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de uma aranha do género Micrommata, possivelmente Micrommata cf. ligurina. 

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

É uma espécie inofensiva que passa completemanente despercebida entre as ervas, mas que se perdeu e acha que estas cortinas são uma árvore estranha onde poderá descanssar um pouco antes de correr para casa.

Esta aranha será uma fêmea.

Estes são animais difíceis de ver no seu habitat, mas quando entram em áreas humanizadas sobressaem bastante e são frequentemente registadas. Normalmente, estas aranhas vivem em ervas.

São, no entanto, espetaculares de observar, porque são muito rápidas e excelentes saltadoras.

Se eu fosse recomendar a alguém fazer um documentário de aranhas a caçar em Portugal, recomendaria esta espécie, porque são, de facto, predadores excepcionalmente atléticos.

Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.