Que espécie é esta: neve-de-verão

O leitor Luís Faustino Carvalho pediu a identificação desta árvore que observou em Vila Nova de Famalicão a 4 de Junho de 2021. Carine Azevedo responde.

“Conhecia já esta árvore em Bairro, VN Famalicão mas uma manhã durante uma caminhada deparei-me com este espectáculo. Podem ajudar na identificação?”, perguntou o leitor à Wilder.

Trata-se de uma neve-de-verão ou árvore-do-papel (Melaleuca linariifoliada).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta das fotografias é do género Melaleuca, possivelmente uma Melaleuca linariifoliada, vulgarmente conhecida como neve-de-verão ou árvore-do-papel. 

Da família Myrtaceae, esta espécie endémica da região Este da Austrália pode atingir porte arbóreo, até 10 metros de altura, com uma copa densa. 

A casca do tronco é macia, esbranquiçada e destaca-se facilmente em camadas como se fossem folhas de papel. 

As folhas são persistentes, glabras, lineares a lanceoladas e surgem dispostas em pares alternados. 

As flores agrupam-se em inflorescências, semelhantes a espigas ou novelos. São de cor branca a creme, perfumadas, de estames exuberantes e desenvolvem-se, geralmente, nas pontas dos ramos que continuam a crescer após a floração. 

A floração ocorre entre os meses de maio a julho. 

Após a floração segue-se a formação do fruto, pequenas cápsulas que guardam as inúmeras sementes minúsculas.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.