Que espécie é esta: orelha-de-elefante

O leitor António Vital Morgado fotografou esta planta a 5 de Novembro num quintal em Serpa e quis saber de que espécie se trata. Carine Azevedo responde.

“Durante 50 anos viveu num vaso grande e as folhas maiores eram 1/5 das actuais, após, por comodidade, ter sido transplantado para um canteiro num pequeno quintal em Serpa. Assumiu proporções inesperadas, gigantescas para ser mais objectivo. Procurando no google diria que é um philodendron, mas não percebo de botânica. Resta-me a vossa ajuda”, escreveu o leitor à Wilder.

Tratar-se-á de uma orelha-de-elefante (Colocasia esculenta).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Trata-se de uma planta exótica em Portugal e pertence à família Araceae. As espécies desta família são conhecidas pelas suas folhagens exuberantes e as flores desenvolvem-se numa inflorescência distinta, conhecida como espadice, geralmente protegida por uma bráctea conhecida como espata. 

Esta família compreende plantas ornamentais muito comuns em jardins e espaços interiores, talvez as mais conhecidas sejam a costela-de-adão (Monstera deliciosa), os antúrios (Anthurium spp.) e os filodendros (Philodendron spp.).

A planta das fotografias parece ser um Inhame (Colocasia esculenta), também vulgarmente conhecida como orelha-de-elefante. Esta planta, além de interessante do ponto de vista ornamental, é também importante do ponto de vista alimentar, visto ser uma planta rica em amido.

É uma espécie nativa do sul da Índia e sudeste da Ásia, amplamente naturalizada, estando presente nos continentes da Europa, África, América e Oceânia, onde é bastante cultivada.

É uma planta herbácea vivaz, caracterizada pelo seu rizoma tuberoso e pelas suas grandes folhas, brilhantes, em forma de coração, ligeiramente sagitadas e de cor verde.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.